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sexta-feira, 22 de junho de 2018

Rússia e o Terrorismo-C4, Murilo e Alexandra


   

     


No tempo dos czares, a Rússia enfrentou Napoleão. Na era soviética, combateu Hitler. Na Guerra Fria, mediu forças com os Estados Unidos. É um país que já viveu grandes adversidades e agora quer manter longe a ameaça do terrorismo durante a Copa. Mas esse não é o único perigo.

O terrorismo é um velho conhecido na Rússia, onde as guerras da Chechênia e do norte do Cáucaso alimentaram desde o fim da União Soviética uma unidade selvagem e uma violência indiscriminada por parte de grupos armados islâmicos. O sequestro de centenas de reféns no teatro de Dubrovka de Moscou em 2002 e em uma escola em Beslan (Ossétia do Norte) em 2004 por terroristas, terminaram em massacres. O fim dessas guerras parecia ter diminuído a ameaça terrorista na Rússia, mas a participação de suas tropas nos bombardeios na Síria voltou a despertar o monstro. A Rússia, apesar de ser um país que ainda enfrenta o desafio pendente de consolidar uma democracia e ter um Estado de direito muito precário por causa do estilo autocrático de Vladimir Putin, é central no difícil equilíbrio internacional afetado pela guerra na Síria. Com sua participação desde setembro de 2015 nos bombardeios contra posições rebeldes, inclinou a balança a favor do regime de Bashar al-Assad. Promove, além disso, em necessária cooperação com a Turquia e o Irã, uma iniciativa de trégua e evacuações de civis que, depois de seis anos de guerra brutal, deveria desembocar em negociações de paz.

São Petersburgo é a última incorporação à sinistra lista de cenários do terror que está desafiando a democracia no mundo e torna-se, portanto, o novo campo de provas para uma resposta baseada no Estado de direito, na investigação, na cooperação policial e nas armas da lei e da razão. Em comparação com as reações anteriores desmesuradas da Rússia como a repressão após o sequestro do teatro de Dubrovka (a maioria dos 170 mortos foi vítima de uma substância química usada pelas forças de segurança) ou da escola de Beslan (330 mortos, metade eram crianças), o mundo precisa de uma Rússia mais democrática, mais comprometida com um cenário de paz e respeito mútuo entre as potências. A diferença entre os terroristas e os regimes democráticos está, precisamente, na correta aplicação da força.Por isso, a Europa e o mundo democrático se unem à Rússia contra o terrorismo e na defesa de uma convivência pacífica de todas as ideias. Qualquer ataque ou ameaça só pode ser condenado e acompanhado pela solidariedade.

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